Nossa história.

A iniciativa deu-se início em 1989 e partiu de um grupo de religiosas irlandesas da Congregação Sagrado Coração de Maria que atuavam em comunidades periféricas da capital. No decorrer das ações desenvolvidas pelo grupo, a falta da escolaridade de uma parcela significativa da população era um fator complicador do desenvolvimento das atividades propostas.


Partindo da observação das necessidades destes jovens, adultos e idosos dentro da própria vida em comunidade, se viu que esses sujeitos se sentiam diminuídos em seus grupos por não poderem contribuir em nenhuma tarefa que coubesse leitura ou escrita, justamente por não possuírem as ferramentas básicas do ler e do escrever. Então, de modo tímido, porém esperançoso, as irmãs do Sagrado Coração de Maria organizaram as primeiras duas salas de aula em comunidades distintas, situadas na periferia de João Pessoa-PB, como forma de dar uma resposta significativa a estas e outras necessidades deste público, que sejam: pegar o ônibus para o trabalho, ler a receita, a bula dos medicamentos, as embalagens dos produtos, a letra da música que marcou sua vida, desempenhar tarefas laborais com mais segurança…


O nosso público são os moradores de comunidades, entre eles, jovens, adultos ou idosos que desejam aprender ou aperfeiçoar a leitura e a escrita. Em sendo assim, o nosso objetivo principal é o de possibilitar acesso e oportunidade para que dominem as linguagens, desenvolvam o raciocínio matemático, bem como sua capacidade intelectual, crítica e política, tornando-se pessoas capazes de ler o mundo, suas circunstâncias e significados.


Junto aos professores, desenvolvemos um trabalho de formação inicial e contínua voltada para a EJA, modalidade que desenvolvemos, a qual contribui para a ampliação do conhecimento técnico, intelectual e político, despertando nos mesmos uma consciência crítica e uma postura inovadora capaz de construir uma escola que dê respostas às necessidades do aluno de forma contextualizada e com significado. Nossos educadores são pessoas comprometidas com o ato de educar. Alguns são leigos, outros com formação pedagógica, seja a nível médio ou superior e, normalmente morador da comunidade da qual deseja atuar.

A filosofia de Paulo Freire é o referencial teórico de nossa prática pedagógica. O cotidiano do educando é o mote para o diálogo e reflexão sobre o contexto social em que os mesmos estão inseridos. As atividades desenvolvidas pelo Sal da Terra são de várias ordens: as aulas, que acontecem de segunda a sexta, com carga horária de 10 horas semanais; a formação coletiva que é feita com todos os educadores em encontros que acontecem quinzenalmente, aos sábados, e que consiste na execução de oficinas com os conteúdos temáticos de linguagem, matemática e estudos sociais e da natureza.

Após trinta anos de atividade, o Sal da Terra, antes projeto, se constitucionaliza em 2019 enquanto Associação.